24 Aug 2012

A Busca de mim



Andando em meio ao deserto um andarilho segue.
Sozinho, apenas ele e sua sombra, que o seguia sob a luz forte do sol saariano.
De túnica preta que cobria todo seu corpo e um tubante que envolvia sua cabeça seguido de um véu que cobria seu nariz, boca e pescoço, deixando visível apenas seus olhos, que mais pareciam duas pedras de esmeralda brilhando ao sol.
Não era um homem de estatura pequena, pelo contrário, mas em meio a toda imensidão de areia e solidão parecia, sentia-se, como um grão de areia solto em pleno espaço sideral.
Andava como se soubesse onde ia, mas na verdade perdido estava. Ele sabia disso, mas convencia-se a cada passo que sabia onde estava e pra onde ia.
Cansado, já sem água, ajoelhou-se na areia e suplicou a seu Deus, em sua língua mais antiga, que mostrasse o caminho, que lhe desse um sinal.
Levantou-se e um vento forte lhe passou como se o convidasse a caminhar em uma determinada direção.
O andarilho caminhava, pensava e pensava que precisava se encontrar, e Deus o mostraria o caminho certo.
Depois de horas andando, sendo conduzido pelo vento, avista o que pensou ser alguém vido na direção contrária.
Alguém com as vestimentas parecidas com a dele, porém de cor adversa.
A outra pessoa vinha com uma túnica branca, envolto da mesma forma que o andarilho, apenas os olhos estavam expostos
Quando um avistou o outro pararam, e olharam-se mesmo que de longe.
Depois de um certo tempo continuaram a caminhar um em direção ao outro, cautelosamente.
Pararam a uma certa distância um do outro, não muito longe nem muito perto. Cerca de aproximadamente 20 passos um do outro.
Olharam-se de novo, não sabiam das intenções um do outro. Ambos exitaram.
O andarilho negro resolveu fazer um aceno com a mão direita, quando na mesma hora da mesma maneira o andarilho branco o imita no mesmo gesto, porém com a mão esquerda. Ainda calados, sem desviar olhares, deram passos, ainda receosos, em direção um ao outro. Ficaram a uma distancia em que ambos puderam ver com detalhes dentro dos olhos um do outro.
O andarilho negro, então, pensou que já vira aqueles olhos verdes antes, tão verdes quanto os seus, mas não se lembrava de onde os conhecia.
O Andarilho branco inesperadamente se move num movimento singelo retirando com a mão esquerda uma adaga dourada, cravada por pedras preciosas em sua bainha que reluzia e cintilava a luz forte do sol, de sua manga direita. E com um movimento rápido cortou a palma da mão direita deixando a mostra uma abertura que derramava gotas de rubi nas areias do deserto. Sem esperar por esta reação o andarilho negro exita com um passo pra trás, mas percebe que também segurava em sua mão direita a mesma adaga e na mão esquerda um corte no qual seu sangue escorria pelos dedos. Sem entender andou em direção ao seu oponente afim de  perguntar-lhe o que estava acontecendo, mas fora advertido, parado pelo pelo movimento rápido feito pelo andarilho branco que levantara sua mão a altura do rosto do andarilho negro, deixando exposto o corte me sua mão direita. Sem entender o porquê o andarilho negro fez o mesmo movimento e encostou sua mão esquerda ensanguentada na mão direita também cortada do andarilho branco. Um barulho se fez alto, como um navio gigante rangendo, e estalos como se algo estivesse rachando e de repente tudo começou a tremer, mas os dois continuavam la parados em pé com suas mãos ligadas. Quando subitamente o andarilho branco diz em uma voz forte de trovão: - Achastes o que procuravas... a ti mesmo.   E a imagem se quebra diante do andarilho negro, caindo sobre ele pedaços afiados de vidro que cortavam suas vestes em vários pontos diferentes deixando a mostra o tecido alvo do andarilho branco por baixo das vestes fúnebres do andarilho negro, que neste mesmo momento é lançado aos céus por uma rajada forte de vento junto com os pedaços de vidro e areia. E dentro do tufão de vento, areia e cacos de vidro, pensou que morreria quando tudo de repente cessa deixando-o cair de uma altura descomunal, mas antes que caísse e batesse com força na areia dura Theerb acorda de seu sono inquieto, suado e desorientado, pensando o quão estranho seu sonho fora. Levanta-se vai até o banheiro de seu pequeno apartamento, lava o rosto e encara-se por pelo menos uns 5 minutos, fitando seus próprios olhos no espelho. Apagou a luz do banheiro e voltou para escuridão do seu quarto que era mal iluminado pela luz da lua. Deitado em sua cama olhando para a janela mirou uma trouxa de roupa jogado no chão embaixo da janela que se assemelhava as roupas rasgadas e misturadas dos andarilhos de seu sonho. Sorriu, virou-se para o lado e adormeceu novamente com um pensamento em mente "me encontrei de novo".


Hebert.

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